Mitologia Romana  

       Várias crenças, rituais e outras observações concernentes ao sobrenatural celebradas ou praticadas pelos antigos romanos do período lendário até que a Cristianismo suplantou completamente as religiões nativas do Império Romano no início da Idade Média. A religião originária das primeiros tribos romanas foi modificada com a adição de inúmeras e conflitantes crenças com o passar do tempo, e pela assimilação de vasto número de lendas da Mitologia Grega, o que não pode ser reconstruído com precisão. Por causa das extensivas mudanças na religião terem tido lugar muito antes da tradição literária ter começado, sua origem era, em muitos casos, desconhecidas para os primeiros escritores romanos que tratavam de religião, como por exemplo o letrado Marcus Terentius Varro, do século I d.C. . Outros escritores clássicos, como o poeta Ovídio em seu Fastos, foram fortemente influenciados pelos modos Alexandrinos e em seus trabalhos eles frequentemente empregavam crenças gregas para preencher lacunas na tradição romana.

Diferenças entre a
Mitologia Grega e a Mitologia Romana 

Características Gregas
                  A cultura grega teve início antes da romana. A Ilíada, um dos primeiros grandes trabalhos escritos gregos, apareceu aproximadamente 700 anos antes da Eneida, um dos primeiros tratados romanos. A Ilíada foi baseada em 300 anos de história passada de geração à geração, verbalmente.

         A civilização grega era constituída de pequenas cidades-estados. Os gregos amavam a vida e a viviam com entusiasmo. Eles tinha pouco interesse na vida após a morte, a qual, mesmo para os grandes homens daquele tempo, era acreditada como sendo enfadonha. Na Odisséia, a morte de Aquiles retrata que ele preferia ser um escravo em vida do que um rei morto. O melhor que um homem podia esperar seria procurar realizar grandes façanhas que seriam relembradas depois de sua morte.

         Os gregos acreditavam no individualismo e apreciavam as diferentes personalidades e caráters. Eles eram fascinados pela contradição que muitas virtudes podem levar um homem exemplar à ruína ou à felicidade. Tinham uma forma de pensamento muito sutil.

         Seus mitos e religião refletiam estas características. Seus deuses eram personalizados com poder e imperfeições individuais, deuses que cometiam erros e eram flagrados enganando seus cônjuges. Mas também eram deuses heróicos, hábeis, amáveis e desenvolviam artes e habilidades essenciais de diversas maneiras, como música, tecelagem, ferragem etc.

        Os heróis mortais também tinham um papel importante na mitologia. Houve tempos em que os deuses precisavam de um herói mortal para vencer batalhas por eles. Mas muito raramente faziam com que um herói viesse a se tornar um deus. Muitos dos mais famosos contos heróicos apresentam, vez ou outra, relatos de alguém sendo trazido de volta do mundo subterrâneo. Esta característica apresenta um forte contraste às religiões que consagram que a ida ao mundo além da vida é o caminho correto para objetivo principal da existência.
 
Características Romanas

        Os romanos eram um povo mais disciplinado, menos imaginativo. Eles valorizam muito mais a valentia, a estratégia do que "imagens verbais" criadas por poetas. Eles construíram e, surpreendentemente, mantiveram um vasto império durante séculos. Valorizavam a guerra e o guerreiro muito mais do que o faziam os gregos. Caracterizaram-se, também, por emprestarem muito de outras culturas, não apenas dos gregos. Muitas vezes, em Roma, a religião egípcia teve muitos seguidores. Os romanos esperavam por uma vida melhor num outro mundo. Uma variedade de religiões misteriosas (das quais o Cristianismo foi uma delas), prometiam este tipo de legado ao homem comum. Para o imperador, tornar-se um deus era uma opção, a qual foi tomada por muitos deles. Na verdade, muitas religiões coexistiam, incorporando a tradicional veneração aos deuses adorados em ambientes domésticos. Além disso, estas adorações foram se modificando, com o passar do tempo, sendo aderidas a partir de crenças de outros povos conquistados pelos romanos.

        A religião romana tradicional era prática, sem imaginação. Estava estreitamente ligada ao dia-a-dia, assim, atividades diárias normais estavam diretamente ligadas ao seu culto. Os deuses estavam ligados às mais importantes tarefas, como o arado da terra, o corte de árvores, a manutenção da chama sagrada nos lares e muitas outras. Tinham pouca personalidade, e freqüentemente nem mesmo o sexo era determinado. Existem poucas menções escritas destes deuses e nenhuma literatura tradicional a respeito e não é de se admirar que os "ricos" mitos gregos tenham ganho a imaginação da elite romana com o passar do tempo.

        Os romanos adotaram os mais belos mitos gregos inteiramente, modificando apenas os nomes de alguns personagens para a criação das divindades romanas, os quais continuam a causar confusão, pois a relativa importância de um deus pode ser modificada consideravelmente. O melhor exemplo é o deus da guerra. Para os gregos, Ares não era muito ilustre e um tanto grosseiro. Nos mais famosos mitos gregos sobre Ares, o deus é pego praticando o adultério e apresenta certa invalidez, algo nada dignificante para um deus. Os romanos, ao contrário, transformaram no poderoso deus Marte, uma figura prestigiada.
 

Relações entre as principais divindades
 
Grega
Romana 
Deméter Ceres 
Artemis Diana 
Hera Juno 
Zeus Júpiter 
Ares Marte 
Hermes Mercúrio 
Atena Minerva 
Posêidon Netuno 
Hades Pluto 
Cronos Saturno 
Afrodite Vênus 
Héstia Vesta 
Hefaísto Vulcano